14 – Ideologia central (Collins e Porras)

A ferramenta

As empresas bem-sucedidas definem “metas audaciosas, arriscadas e desafiadoras”. Elas também têm uma ideologia central e criam culturas que se assemelham a cultos, segundo afirmaram Jim Collins e Jerry I. Porras, no influente livro Built to Last: Successful habits of Visionary Companies em 1997 [Feitas para durar. Rocco, 2007].As linhas de produtos podem mudar – completamente em alguns casos, como no caso da Nokia, os líderes podem mudar, o lucro pode aumentar ou cair -, mas a ideologia central deve continuar a ser a de sucesso no longo prazo.

Como usá-la

Desmembre a ideologia central e um propósito central em valores centrais. O propósito central é a “razão fundamental de ser” de sua empresa. Os valores centrais são os “princípios essenciais e duradouros de sua empresa – princípios orientadores atemporais, que não requerem justificativa externa”.
Você deve definir MAADS (Metas Audaciosas, Arriscadas e Desafiadoras) para alinhar as aspirações e reforçar o espírito de equipe por exemplo, a entrada da Boeing no mercado da aviação comercial e a meta do Presidente Kennedy de levar o homem à lua.
As empresas visionárias precisam ter culturas que se assemelham a cultos que exijam bastante de todos os funcionários, ao ponto de alguns, ou até muitos, não se sentirem a vontade e deixarem a empresa. Tais culturas devem exibir uma ideologia cultivada com fervor, mecanismos de doutrinação procedimentos para se assegurar a compatibilização do funcionário com a cultura e um sentimento de orgulho, quase beirando elitismo.
Os autores vão além das metas e objetivos para identificar outras Fontes de sucesso, mas isso fica fora do escopo deste capítulo. Um deles vale a pena ser destacado, uma vez que em parte, contradiz o propósito deste livro. As empresas de sucesso nunca deixam de inovar e testar rapidamente seus produtos no mercado. Os autores exaltam as virtudes da experimentação oportunista contínua, dos testes rápidos com ideias, mas que logo são abandonados se não funcionam. E eles preferem isso a se dedicar ao planejamento estratégico!
Os autores se mostram tão entusiasmados pelas práticas que desmascaram quanto pelas que promovem. Em um desses exemplos, eles pretendem refutar o conceito de que é necessário ter uma grande ideia ou um líder carismático para abrir uma empresa. Pelo contrário, eles consideram a ideologia central e um líder focado como a chave para o sucesso no longo prazo.

Quando usá-la

O conceito do MAAD  é memorável, estimulante e tão adequado para a empresa média quanto foi para a Boeing.

Quando ter cautela

Ideologia central como pedra angular do sucesso pode parecer mais complexo para muitas empresas. Elas podem considerar o propósito e os valores menos importantes para o desenvolvimento da estratégia que as metas e objetivos.
VAUGHAN (2013, p. 52-53).

Figura 1.1 Segmentação-chave: exemplo

Fonte: VAUGHAN (2013, p. 62).

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