26. O ambiente corporativo como sexta força

A Ferramenta

Se uma empresa tem um retorno sobre o capital de 12%, é uma boa ou má notícia?
Bem, depende principalmente de dois fatores:
  • O risco de investir na empresa.
  • O nível de endividamento de longo prazo da empresa.
    Cada empesa tem seu próprio custo de capital, que reflete esses dois fatores, o chamado WACC (Weighted Average Cost of Capital – Custo Médio Ponderado do Capital. O WACC é composto por duas partes: o custo da dívida de longo prazo multiplicado pela parcela da dívida em capital empregado (ativos fixos mais ativos circulantes líquidos) somado ao custo do patrimônio líquido multiplicado pela parcela de patrimônio do capital empregado.
    É fácil avaliar o custo da dívida de longo prazo – é a taxa que você precisa pagar ao banco, por exemplo, sobre um empréstimo garantido de três anos. o cálculo do custo do patrimônio líquido é menos simples, mas, de acordo com o modelo de precificação de ativos financeiros, é igual a taxa livre de risco ( taxa de rentabilidade dos títulos de longo prazo do governo) acrescida do prêmio de risco de mercado (normalmente 6% a 7% – prêmio exigido pelos investidores para investir no mercado de ações, e não em títulos do governo) e multiplicado pelo fator que representa o risco do setor em que sua empresa atua (chamado beta, que varia normalmente na faixa de 0,5 em setores estáveis de baixo risco, como os serviços públicos, alimentos ou seguros, até 1,5 em setores voláteis de alto risco, como construção, bens de capital ou varejo).
    Quando o investidor apoia sua empresa, ele espera um retorno equivalente ao seu WACC. Se o retorno for maior, é por causa do lucro econômico ou receita residual, ou por causa do Economic value added® EVA, expressão mais conhecida e desenvolvida, pela empresa de consultoria Stern Stewart & Co.

    Como usá-la

    O EVA é uma ferramenta útil para comparar o desempenho de uma série de empresas por exemplo, as que fazem parte do índice FTSE 100. Uma classificação com base no ROCE (Return On the Capital Employed – Retorno Sobre o Capital Empregado) só não necessariamente informa qual a empresa tem o melhor desempenho. Uma empresa com uma classificação elevada pode estar em um setor de risco e altamente alavancada – e poderia muito bem despencar para uma posição muito inferior em um ou dois anos.
    Uma classificação com base no retorno do EVA, (EVA/ capital empregado) é um indicador melhor. Ela informa como está o desempenho das empresas em relação ao risco do setor e ao risco financeiro aos quais cada uma está exposta. As empresas com melhor classificação terão desempenho superior às expectativas dos investidores e “criarão valor para o acionista”. Já as empresas com as classificações mais inferiores, cujos retornos de EVA são negativos e ficam abaixo do WACC têm desempenho inferior às expectativas dos investidores e estão “destruindo o valor para o acionista” ver figura 12.1
    O EVA faz parte deste capítulo por que você pode definir um objetivo de retorno EVA para a sua empresa – digamos de 5% isso significa que você pretende atingir um ROCE 5% superior ao WACC de sua empresa – meta ambiciosa que só poderá ser realizada caso a empresa tenha vantagem competitiva sustentável.

    O EVA também serve para classificar o desempenho por divisão ou unidade de negócios de sua empresa. Se cada empresa tem o mesmo elemento de risco, não há qualquer vantagem em preterir o EVA ao ROCE. Mas é pouco provável, ou todas as empresas seriam iguais. Em situações nas quais as empresas estão expostas a riscos diversificados, o EVA é um melhor indicador de desempenho, e a classificação pode influenciar o desenvolvimento da estratégia.

    Quando usá-la

    Use-a quando, você se sentir confortável com a teoria e os cálculos envolvidos e quando quiser definir um objetivo desafiador para os retornos aos investidores além dos valores que costumam ser atribuídos.

    Quando ter cautela

    Tome cuidado se você achar o conceito (e os cálculos) difícil ou desnecessário.
    VAUGHAN (2013, p. 47-48).
    Figura 12.1 Valor econômico agregado
    Fonte: Adaptado de www.sternstewart.com

    Figura 2.1 O Princípio da Pirâmide: exemplo

    Fonte: VAUGHAN (2013, p. 70-71).

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