Os autores levantam argumentos válidos, e o primeiro dos itens anteriores deve fazer parte das considerações de uma análise do setor. Mas Coyne e Subramanian oferecem um modelo revisto para o setor, reforçado por uma análise da situação ajustada para o risco, tão complexa que deixa de ressaltar a verdadeira e genialidade do modelo de Porter. É um ponto de partida para análise do setor e desenvolvimento de estratégia, e não o ponto final. Sua simplicidade é sua virtude primordial.
Finalmente, o modelo de Porter sofreu algumas críticas daqueles que apontam, de forma conclusiva, como no segundo item anterior, que apenas a estrutura do setor costuma ser insuficiente para explicar as diferenças de rentabilidade de uma empresa. Richard Rumelt, por exemplo em um estudo realizado em 1991, constatou que as diferenças de rentabilidade das empresas podem ser atribuídas muito mais a determinados efeitos da empresa (44%) que a “efeitos do setor” (4%). (A propósito, a variância não explicada foi de 45%). Outros estudos têm mostrado as mesmas conclusões.
No entanto, isso não invalida o modelo. A análise do setor é uma parte da história da estratégia, e o modelo das cinco forças de Porter é uma parte bastante representativa da análise do setor. Não é a palavra final, mas sem dúvida é a ferramenta mais crítica do kit de ferramentas para o desenvolvimento da estratégia.
VAUGHAN (2013, p. 84-87)