“Você nunca deve apostar contra qualquer aspecto da ciência que tenha probabilidade superior a 1012 para 1”, brincou o cientista nuclear Ernest Rutherford.
Você pode achar essas probabilidades pouco atraentes. Mas depende se sua aposta foi estratégica…
O professor Robert Burgelman, de Stanford, e o ex-CEO da Intel, Andrew Grove, realizaram extensa pesquisa sobre a dinâmica da estratégia, com base em grande parte na evolução da Intel. Eles estabelecem uma diferença entre estratégia autônoma, na qual o CEO tem o luxo do tempo, flexibilidade e autonomia, e estratégia induzida, na qual o CEO precisa responder, muitas vezes rapidamente, às mudanças de mercado.
Eles concluíram que a “longevidade empresarial, especialmente nos setores de alta tecnologia, depende da correspondência entre os ciclos de processos estratégicos autônomos e induzidos e de diversas formas de dinâmicas estratégicas, e que o papel da liderança estratégica atenta é encontrar o equilíbrio adequado entre os processos induzidos e autônomos ao longo destes ciclos”.
Além disso, no desenvolvimento da estratégia autônoma, um papel crítico de gerenciamento estratégico é entender a aposta estratégica fundamental da empresa.
Isso depende de dois fatores:
Eles identificaram quatro tipos de apostas estratégicas (ver Figura 88.1):
O eixo y no gráfico sóis e nuvens (Ferramenta 83) analisa o impacto sobre o valor ou sobre o fluxo de caixa descontado. Mas isso implica um valor líquido – entradas de caixa descontadas menos as saídas de caixa descontadas dos riscos e oportunidades estratégicas.
E se os fluxos de caixa foram superestimados? E se as saídas líquidas de caixa excederem as reservas disponíveis? Então, supondo que você tenha feito o possível para validar a oportunidade e não está se aventurando nas sombrias profundezas da “aposta desesperada”, você está “apostando a empresa”.
Tome muito cuidado com a análise de sensibilidade.
É sempre bom pensar não apenas sobre os benefícios líquidos potenciais de uma oportunidade de investimento, mas também sobre os custos totais. Os custos serão inevitáveis, os benefícios, nem tanto.
Se os custos forem tão altos a ponto de pôr em risco a empresa caso os benefícios não funcionem como previsto, tome bastante cuidado com o processo de validação.
VAUGHAN (2013, p. 312/313).