9 – Maximização do valor para o acionista

   A ferramenta

  As empresas existem para criar valor para os acionistas. O modelo de negócios “anglo-saxão” é extremamente simples. Os interesses de outros stakeholders, sejam funcionários, fornecedores, financiadores, comunidade, governo ou ambiente, não constituem preocupação direta da empresa.

  Milton Friedman e outros técnicos argumentam que o propósito da empresa é maximizar valor para os acionistas e que, uma vez que apenas as pessoas podem ter responsabilidades sociais, as empresas são responsáveis apenas por seus acionistas e não pela sociedade em geral. Caso os diretores ou gerentes decidam direcionar ganhos pessoais de forma socialmente responsável ou assistencial, a prerrogativa é deles. Não está na sua esfera de competências direcionar os fundos dos acionistas da mesma forma.    

    O ponto de vista contrário será discutido na próxima ferramenta

   Como usá-la

   Observe as referências anteriores sobre a maximização do valor para o acionista. Por que não lucro, você pode estar se perguntando?

  A escolha de palavras é fundamental para estratégia de negócios. Valor e lucro não são sinônimos. O valor de uma empresa é definido estritamente como valor do patrimônio líquido mais o valor da dívida de longo prazo. O último item é fácil de medir em qualquer empresa, como é fácil medir o primeiro item em uma empresa cotada em bolsa – trata-se da capitalização de mercado da empresa em determinado momento.

   Essa capitalização de mercado não é lucro ou a soma dos lucros, nem deve ser considerada um múltiplo dos lucros de hoje por meio de uma relação como a de preço e lucro. É a soma dos fluxos de caixa que provavelmente serão gerados ao longo do tempo de vida da empresa descontando o custo de oportunidade do capital pelo valor do caixa hoje.

   O valor é uma medida de caixa, e não de lucro; uma medida de fluxo de caixa futuro, e não um múltiplo do fluxo deste ano ponto final.

   Uma empresa pode aumentar o lucro de curto prazo por meio de uma série de maneiras que podem ser prejudiciais ao valor para o acionista, tais como:

  • Aumentar os preços no curto prazo, aumentando os lucros à custa dos clientes com menos condições de mudar para outro fornecedor, devido a restrições contratuais ou comerciais, mas em última análise, indispondo e talvez até perdendo grande parte da base de clientes.
  • Cortar os preços no curto prazo, aumentando a participação de mercado, mas afetando o valor da marca no longo prazo.
  • Talvez a medida mais comum seja cortar as despesas de capital para que fiquem abaixo da provisão para depreciação, aumentando a rentabilidade, mas prejudicando a competitividade no longo prazo.
  • Cortar custos operacionais, até o ponto em que a qualidade do produto e/ou serviço seja prejudicada, mas com pouco impacto negativo sobre as vendas no curto prazo.
  • O objetivo da maximização de valor para o acionista (ver figura 9.1), em contraste com a maximização do lucro, obriga o estrategista a dar prioridade para:
  • O médio e longo prazos, em vez do curto prazo.
  • A construção de uma posição competitiva sustentável, em vez do lucro temporário.
  • Fluxo de caixa, em vez de lucro.
  • Figura 9.1 Maximização do valor para o acionista

      Longo prazo .vantagem competitiva, portanto; fluxo de caixa futuro




Figura 8.1 Metas SMART

Fonte: VAUGHAN (2013, p. 70-71).

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